Após a greve dos caminhoneiros, vários outros setores também entraram em greve e outros também ameaçam entrar. Por exemplo, o setor petroleiro. Essa ingovernabilidade cria inclusive um risco de intervenção militar no Brasil, nesse sentido, está na hora de sair do Brasil?
É obvio que essas última notícias do Brasil não são nada boas a curto prazo, mas são piores ainda a longo prazo, especialmente para empresários. Nesse artigo vamos explicar por quê.
Greve dos caminhoneiros e seus impactos no Brasil
Essa é somente a ponta do iceberg, como bem explicado na CBN por Mirian Leitão. Toda essa situação está criando um ambiente cada vez mais instável, ajudando a desvalorização do real frente ao dólar, que já estava em alta. Isso é um problema? Bom, em um primeiro momento pode-se dizer que sim. Agora, se sua empresa gera negócios nos Estados Unidos é uma boa notícia, porque maximiza seu ganhos.
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Para diminuir o preço do combustível, o governo do Brasil está fazendo uma série de ajustes e medidas provisórias. Na prática, o governo precisa mudar a lei para baixar os preços, porque senão ele descumpre a lei de responsabilidade fiscal. Na verdade, o governo está subsidiando a baixa do preço de combustível. Isso tudo leva algum tempo para criar um preço artificial.
O Governo da Dilma já fez isso no passado, o que quase quebrou a Petrobrás, hoje o governo já não consegue alterar os preços da Petrobrás, teoricamente por questões de compliance. Então, quem vai pagar a conta? De onde o dinheiro virá para manter o preço artificial?
Esse é o tal acordo que já foi fechado com lideranças dos caminhoneiros, entretanto, isso ainda não repercute totalmente nas rodovias.
Agora imagine isso na cabeça dos caminhoneiros? “Isso tá demorando demais, o que quero é pagar menos pelo combustível“. Novamente mais incertezas. Enquanto isso, as ações da Petrobrás continuam caindo.
O gasolina é cara no Brasil?
Sim, é muito cara. Na verdade ela é uma das mais caras do mundo. Cerca de 45% do preço da gasolina são impostos. Veja o gráfico:
Comparação nos EUA, apesar de injusta, mostra “apenas” 18% de impostos, é uma boa diferença.
O empresário, por sua vez, se tiver algum combustível para rodar sua frota não vai arriscar nem por um segundo colocar seus veículos na rua. Perceba, existe uma pré disposição em participar do movimento, ainda que de maneira velada, simplesmente por não colocar o carro na rua. E quem está sofrendo com essa greve dos caminhoneiros? A população. Na verdade essa greve deixou de ser somente dos caminhoneiros. E quem vai pagar por tudo isso são os próprios brasileiros.
Conforme comentei antes, esse é o problema a curto prazo. Agora o problema a longo prazo é que o orçamento do governo brasileiro, que já não estava nada bom, ficou ainda pior após essa manobra para subsidiar o preço dos combustível. O próximo governo vai assumir uma bomba.
Além disso, outro grande problema é o imposto de importação flexível. O Brasil importa 25% do diesel, e se o preço internacional cair, a Petrobrás irá ficar com preço mais caro. E para manter o subsídio, terão que transferir dinheiro para importadores privados. Isso por si só é um problema enorme para o governo.
Essa é uma situação extremamente complicada, porque os impactos desse movimento iniciado com a greve dos caminhoneiros, gerou várias consequências conhecidas pela população, como falta de combustível e alimentos perecíveis tais como no setor de hortifruti, aves e suínos (animais morrendo na estrada). Há ainda muitos outros impactos econômicos, fiscais e legislativos.
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